Movimento Sufragista: a conquista do direito ao voto das Mulheres


Conforme prometi irei começar a jornada sobre alguns dos temas que num dos meus anteriores
posts escrevi e que sĂŁo assuntos relevantes, atuais aos quais devemos estar sempre atualizadas e que na minha opiniĂŁo tem bastante interesse, nĂŁo sĂł pela histĂłria, mas pela conquista que nĂłs Mulheres fomos alcançando ao longo de vários anos e que juntas iremos muito mais longe e lutaremos pelo nosso merecido “lugar ao sol”, ou seja, fim ao machismo e sim á igualdade dos direitos das Mulheres. Somos vistas como o elo mais fraco, mas muitas Mulheres já provaram que podem e conseguem fazer o mesmo que os Homens. Por isso esta semana para quem nĂŁo conhece muito bem ou simplesmente para relembrar, vou contar a histĂłria da conquista do Direito de Voto das Mulheres.

Para quem não sabe ou desconhece o movimento criado pela luta do direito de voto tem o nome de Movimento Sufragista (voto). Esta luta ou movimento teve origem no fim do Séc. XIX e início do Séc. XX, ocorreu em vários países democráticos, mas sendo recusado e negado nestes mesmos países devido ao facto de os Homens serem Machistas e acharem que a política ou tudo o que tivesse a ver com ela, as Mulheres seriam incapazes de terem uma atitude ou perceberem o que se debatia na política. Para estes homens, nós mulheres, só servíamos para cuidar da casa, ter filhos e educá-los, passearmos, tratar da lida do campo (para quem morava nas aldeias), entre outras coisas.
O Movimento Sufragista também representou a primeira batalha do Feminismo, uma luta que até hoje se mantêm pela igualdade de género , mas nesta primeira fase a conquista destas mulheres lutadoras era conseguir o direito de voto.
As sufragistas: do direito ao voto à emancipação da mulherEditar imagem
As sufragistas: do direito ao voto à emancipação da mulher
A Europa viu florescer as suas primeiras democracias já nos séculos XVII (Inglaterra) e XVIII (França). Os Estados Unidos também era um país democrático desde a sua independência. Nesses países, o absolutismo e o colonialismo originaram os sistemas parlamentar e republicano de organização política. Nesses sistemas democráticos, o corpo político é eleito por um corpo de cidadãos. Os candidatos eleitos para ocupar os cargos políticos devem representar a população no governo.
Os ideais iluministas de pensadores como John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Alexis de Tocqueville, Charles de Montesquieu e Voltaire forneceram bases intelectuais para a onda democrática que começava a crescer no mundo ocidental a partir do século XVIII. No entanto, apesar da aparente democracia, vários grupos minoritários (ou seja, as pessoas de classe social inferior a estes senhores e que não tinham acesso aos seus direitos) ficaram de fora da possibilidade de sufrágio. Entre esses grupos, estavam as mulheres e os analfabetos. Perante esta injustiça algumas mulheres começaram a manifestarem-se e a reivindicar o seu direito ao voto.
Reunião das sufragistas com a presença da líder do movimento, Emmeline PankhurstEditar imagem
Reunião das sufragistas com a presença da líder do movimento, Emmeline Pankhurst
As mulheres que haviam estudado (por norma filhas de pessoas abastadas e burguesas) estavam a reivindicar os direitos femininos à educação, ao trabalho nas suas áreas de formação (é de salientar que as mulheres pobres já trabalhavam nas indústrias e nas manufaturas há pelo menos 200 anos), ao divórcio e à participação política.
O movimento sufragista foi o auge dessa luta e, por isso, marcou a história do Feminismo como o primeiro grande movimento pela luta contra o machismo e a favor da igualdade de género.
O primeiro país democrático a reconhecer o direito de voto feminino foi a Nova Zelândia, no ano de 1893. Esse direito somente foi reconhecido após uma intensa luta liderada pela feminista neozelandesa Kate Sheppard.
"Exigir liberdade para as mulheres nĂŁo Ă© um crime. As prisioneiras sufragistas nĂŁo devem ser tratadas como criminosas."Editar imagem
"Exigir liberdade para as mulheres nĂŁo Ă© um crime. As prisioneiras sufragistas nĂŁo devem ser tratadas como criminosas."


Seguindo o exemplo de Sheppard e da conquista das mulheres neozelandesas, iniciou-se um grande movimento pelo sufrágio feminino na Inglaterra no ano de 1897, que, após radical intensificação e anos de luta, conquistou o direito ao voto feminino no ano de 1918.
Apartir daĂ­, mulheres de todo o mundo passaram a reivindicar o seu direito ao voto em seus paĂ­ses.
Em 1897, a militante inglesa Millicent Fawcett fundou a União Nacional pelo Sufrágio Feminino.
No inĂ­cio do movimento, a luta e as militantes ainda eram pequenas, comparando com o que veio nos anos seguintes, sobretudo a partir de 1903.


As sufragistas entregavam cartas e pedidos formais de participação na política nas assembleias legislativas, sendo sempre ignoradas.

Essa primeira parte do movimento sufragista e do movimento feminista foi chamada de onda do feminismo liberal, pois era composta por mulheres da classe média e alta que queriam a sua liberdade financeira e económica, além da participação política com o voto.
Emmeline Pankhurst, uma das principais lideranças do movimento sufragista britânico.Editar imagem
Emmeline Pankhurst, uma das principais lideranças do movimento sufragista britânico.

A partir de 1903, a luta feminista sufragista intensificou-se com a adesĂŁo de mulheres trabalhadoras e representantes das classes sociais trabalhadoras e pobres.

Foi nesse ano que a ativista polĂ­tica Emmeline Pankhurst, que já militava pelo sufrágio desde o sĂ©culo XIX, fundou a WSPU (Women’s Social and Political Union).

A luta sufragista saiu, a partir de então, da luta estritamente judicial e passou para uma luta direta, composta por campanhas publicitárias, greves, manifestações não violentas e também manifestações violentas.



A ativista sufragista Annie Kenney.Editar imagem
A ativista sufragista Annie Kenney.
Em 1906, a Finlândia aprovou o direito de voto feminino, e as britânicas estavam mais fortes e unidas do que nunca.
Na Inglaterra, as prisões tornaram-se rotineiras na vida das sufragistas mais ativas.
Emmeline Pankhurst foi presa, ao menos, oito vezes. Outro nome de destaque da WSPU, a sufragista Anne Kenney, também foi presa diversas vezes.
Somaram-se os anos de luta feminista e com o fim da 1ÂŞ Guerra Mundial, parte dos homens ingleses entre os 18 e os 50 anos morreram ou ficaram incapacitados, o que dificultou que o direito das mulheres fosse reconhecido.

Imagens de várias mulheres sufragistas que foram presas durante as manifestações.Editar imagem
Imagens de várias mulheres sufragistas que foram presas durante as manifestações.
A Inglaterra precisava da força das suas mulheres para reerguer-se economicamente e esse fator foi decisivo para que o voto feminino e o direito de participação ativa em cargo político fossem atendidos.
Após o sucesso das sufragistas inglesas, várias mulheres lideraram movimentos sufragistas pelo mundo.
No Brasil, o direito ao voto feminino foi reconhecido em 1932.
A última das grandes potências modernas liberais europeias a reconhecer tal direito foi a França, no ano de 1945.
Movimento Sufragista - séc. XIXEditar imagem
Movimento Sufragista - séc. XIX
A partir da criação da União Social e Política das Mulheres, em 1903, as ações das sufragistas ficaram mais radicais e intensas. Elas não paravam e faziam campanhas publicitárias, manifestações não violentas, manifestações violentas e greves.
As associações sindicais ligadas a movimentos ideológicos de esquerda, como o marxismo e o anarquismo, foram importantes aliadas na luta das sufragistas, pois as lideranças sindicais tinham uma maior capacidade de mobilização da massa de trabalhadoras para greves. O radicalismo nas ações era necessário.
Movimentos SufragistasEditar imagem
Movimentos Sufragistas
Antes da criação da União Social e Política das Mulheres, a luta acontecia apenas dentro do âmbito intelectual, jurídico e político. O máximo que era feito era a publicação de artigos defendendo o direito ao voto feminino em jornais e a entrega de ofícios requerendo a discussão do direito de voto feminino nas assembleias legislativas. Mas, esses ofícios eram, na maioria das vezes, ignorados.
Foi com a entrada de mulheres mais radicais no movimento, muitas delas trabalhadoras sem educação formal, mas com bastante consciência política e cansadas do sofrimento diário de lidar com as injustiças cometidas por questões de género, foi um dos principais motivos de luta pela justiça. As mulheres das classes trabalhadoras mais baixas, trabalhavam mais do que os homens e ganhavam menos do que eles, além de que várias vezes sofriam constantes assédios e, muitas vezes, eram violadas nos seus locais de trabalho, acontecimentos constantes que causou a intensificação de revolta que o movimento precisava para mostrar resultados.
Cartaz: "Votes for Women" (séc.XIX)Editar imagem
Cartaz: "Votes for Women" (séc.XIX)
As sufragistas reuniam-se e traçavam planos de manifestação, como a colocação de barreiras nas ruas para bloquear o trânsito de pessoas que andavam a pé e carruagens. Elas também partiram janelas, incêndios e a maioria das vezes havia confrontos com a polícia. Elas também faziam manifestações não violentas, como greve de fome.
Como devemos calcular com estas agitações todas muitas sufragistas foram presas.
As líderes do movimento foram presas várias vezes, pois havia uma ordem governamental de acabar o movimento, e as autoridades usavam as manifestações públicas para impor sobre as sufragistas o estigma de arruaceiras.
NĂłs quebramos janelas, incendiamos coisas... pois a guerra Ă© a Ăşnica lĂ­ngua que os homens entendem.  As SufragistasEditar imagem
NĂłs quebramos janelas, incendiamos coisas... pois a guerra Ă© a Ăşnica lĂ­ngua que os homens entendem. As Sufragistas
Em 1913, a ação extrema de uma sufragista causou a sua morte, tornando-a mártir do movimento.
A tragédia de Derby Epson Downs.Editar imagem
A tragédia de Derby Epson Downs.
 Emily Davison, a mártir do movimento sufragista inglês.Editar imagem
Emily Davison, a mártir do movimento sufragista inglês.

A professora e militante sufragista Emily Davison (assim como algumas sufragistas e diferente de muitas, Davison recebeu educação formal, concluiu o ensino superior e foi professora) resolveu tomar uma ação extrema e drástica para chamar à atenção da Coroa, dos media e da população: no dia 4 de junho de 1913, a ativista atirou-se na frente ao cavalo do Rei Jorge V numa pista de corrida de cavalos do circuito Derby Epson Downs.
Quatro dias apĂłs o ocorrido, Davison morreu devido aos ferimentos causados pelo atropelamento do cavalo de corrida.
A sua atitude chamou a atenção da Coroa e das pessoas, o que fez unir ainda mais as sufragistas.

Nos Estados Unidos, as mulheres conquistaram o direito de voto em 1920.
O movimento sufragista teve uma forte inspiração inglesa, mas as primeiras raízes remontam ainda ao século XIX, com intelectuais norte-americanas que começaram a questionar o sistema patriarcal, que as impedia de ter os mesmos direitos que os homens.
No fim do século XIX, já se juntavam aos movimentos pela igualdade de gênero trabalhadoras e mulheres negras. As questões raciais fizeram surgir também movimentos de mulheres negras procurando a igualdade de género e a igualdade racial.
O movimento feminista norte-americano, que procurava a igualdade de género e, consequentemente, o sufrágio feminino, foi muito mais pacífico do que o movimento inglês. As norte-americanas faziam convenções e reuniões políticas e pressionavam governantes e legisladores com documentos, ofícios e propostas de discussão do sufrágio feminino em assembleias.
Passeata pelo Sufrágio, Nova Iorque, 6 de Maio de 1912 (Fonte: Biblioteca Digital Mundial)Editar imagem
Passeata pelo Sufrágio, Nova Iorque, 6 de Maio de 1912 (Fonte: Biblioteca Digital Mundial)
Apesar da conquista do voto feminino ocorrer em 1920 nos Estados Unidos, alguns estados do país somente permitiram o voto de mulheres negras e homens negros na década de 1960.
Olympe de Gouges, autora da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã.Editar imagem
Olympe de Gouges, autora da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã.
Curiosidade: Em 1758, foi publicado em França a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o primeiro documento de reconhecimento de Direitos Humanos.
A intelectual francesa feminista Olympe de Gouges escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã em resposta ao documento anterior que só incluía homens no dever e no direito cívico. Como consequência, a francesa foi decapitada na guilhotina por apresentar, segundo as autoridades francesas, um comportamento incompatível com o seu papel de mulher.
Com o fim da Revolução Francesa e a instauração do republicanismo, França estabeleceu o sufrágio universal masculino, sendo o primeiro país republicano a fazer isso na Europa. Porém, dentre as principais nações europeias, a França foi a última a permitir o direito de voto feminino.
As mulheres conquistaram o direito ao voto em França apenas em 1945, depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
O movimento pelo Sufrágio feminino – Voto Feminino Ă© um movimento social, polĂ­tico e econĂ´mico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio (o direito de votar) Ă s mulheres. Participam do sufrágio feminino, mulheres ou homens, denominados sufragistas.Editar imagem
O movimento pelo Sufrágio feminino – Voto Feminino Ă© um movimento social, polĂ­tico e econĂ´mico de reforma, com o objetivo de estender o sufrágio (o direito de votar) Ă s mulheres. Participam do sufrágio feminino, mulheres ou homens, denominados sufragistas.
Carolina Beatriz Ă‚ngelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, no ano de 1911.Editar imagem
Carolina Beatriz Ă‚ngelo foi a primeira mulher a votar em Portugal, no ano de 1911.
O acesso da mulher ao voto em Portugal levou largos anos a ser conquistado. Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a votar, mas, para tal, teve que aproveitar um buraco na legislação portuguesa.
No primeiro ato eleitoral da recém nascida República, em 1911, era permitido o voto a todos os chefes de família que soubessem ler. Como não era referido o género, Carolina Ângelo, ao ler a lei prevista na Constituição (sendo médica e viúva) e por isso, chefe de família, foi uma das pessoas que pode votar. Seria a única mulher nesse ano a fazê-lo.
Após este episódio, a legislação é imediatamente alterada, especificando que apenas os cidadãos portugueses homens poderiam votar. Como tal, no ato eleitoral de 1913 as mulheres já não puderam votar.
Carolina era na altura já a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José. Em 1909 foi uma das fundadoras da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, defensora dos ideais republicanos, do sufrágio feminino, do direito ao divórcio, da instrução das crianças e de direitos e deveres iguais para homens e mulheres.
Na revolução de 5 de outubro de 1910, Carolina Beatriz Ângelo participou na confeção das bandeiras hasteadas, obra de que foi encarregue por Miguel Bombarda. Esteve igualmente envolvida na fundação da Associação de Propaganda Feminista, em maio de 1911.
Carolina Beatriz Ă‚ngelo morreu com apenas 33 anos a 3 de outubro de 1911.
Movimento de Libertação das Mulheres (Portugal)Editar imagem
Movimento de Libertação das Mulheres (Portugal)
As mulheres portuguesas tiveram de esperar pelo ano de 1931, e pela alteração à Lei que passou a determinar que as mulheres, para votarem, tinham de ter cursos secundários ou superiores, enquanto aos cidadãos do sexo masculino bastava apenas saber ler e escrever.
A lei de 1968 pôs fim à descriminação do voto em Portugal.Editar imagem
A lei de 1968 pôs fim à descriminação do voto em Portugal.
Apesar das evoluções pelos direitos das mulheres em Portugal, o sufrágio universal feminino em Portugal só foi alcançado após o 25 de Abril.
Foi há mais de 50 anos, a 26 de Outubro de 1968, que as mulheres votaram pela primeira vez, sem qualquer restrição, em Portugal. A Lei de 1968 pôs fim à discriminação do voto em Portugal.
Nessa altura, apenas foram excluídos do voto os cidadãos que não sabiam ler e que representavam 30% da população, algo que viria a mudar em 1970, quando foi aprovada a lei eleitoral que vigora até aos dias de hoje.
Após esta história de luta e de conquista cabe na consciência de cada uma de vocês pensarem porque havemos de votar e não deixarmos de exercer o nosso direito, pelo qual tantas mulheres tiveram de lutar contra injustiças, guerras, e sofrimento, e direito este ao voto que tanto tempo nos levou a conquistar!
Muitas mulheres, muitas vidas perdidas para podermos ter o direito de escolha e de dever cívico de votarmos. Pensem nisso antes de decidirem não votar nas próximas eleições, que por acaso ocorrerão ainda este ano de 202, a 26 de Setembro.
Termino o post desta semana a agradecer mais uma vez o vosso carinho e presença fiel aqui no mundo digital. Obrigada por lerem e seguirem o nosso THE REAL YOU Blogue.
Para a semana cá estarei com mais histórias para contar.
AtĂ© lá, já sabes, deixa-nos o teu feedback, comenta e partilha com os teus amigos/as! 
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